Barão da Mata - Verdades e Diversidades

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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

COMO SERÁ COM DILMA?

O Brasil inicia 2011 com a posse de Dilma Roussef e um monte de expectavivas, especulações e avaliações. Algo muito natural em começo de governo, quando há sempre uma série de incertezas e receios.


Tudo até o presente momento, porém, está transcorrendo dentro dos planos do Lula, que não fez, ao menos no seu segundo governo, nada além de campanha eleitoral para retornar à presidência após a sucessora. Tudo certo, tudo combinado, tudo indo de vento em popa: Lula sai um tempinho, entra Dilma, volta Lula. Tudo de acordo com o planejado, tudo certinho, só me ficando uma dúvida: Lula e Dilma já combinaram tudo com os adversários? Aécio topa e joga em 2014 pra perder? Ou simplesmente não joga? Ciro Gomes vai conter a própria ambição política e não concorrer a nada? Serra não volta a encher o saco? E a "companheira" Dilma? Não irá a partir de algum momento ficar tentada a lutar por um segundo mandato? E aí? Como ficaria o nosso Lula, traidor do voto dos progressistas, ao sentir na própria carne a dor de também ser traído?


Vou-lhe confessar uma coisa: tenho fobia em relação ao PSDB e mais especificamente ao Serra ao Fernando Henrique, em quem jamais votei e que também traiu seu eleitorado (uma tradição no Brasil - ou na política mundial?). No primeiro turno das eleições, torci o nariz e votei na Dilma, no segundo, fui felizmente impedido por um homérico engarrafamento de votar: então, justifiquei minha abstenção, alíás com o maior prazer, porque, se votasse, anularia o voto. O que eu antes pretendera foi evitar a vitória do Serra, que seria retomador da perversa gestão do Fernando Henrique, que trabalhou quase que exclusivamente para os banqueiros nacionais e internacionais. Não apoiaria o Serra nem se ele fosse acusado injustamente de algum crime e minha pessoa fosse a testemunha-chave: eu diria: "Meritíssimo, nada vi."


Às vezes fico pensando que a persistência do Serra em concorrer sem sucesso à presidência poder ser sanada pela numerologia. Isto ficou muito em moda entre os artistas, nos anos oitenta e noventa: Jorge Ben virou Jorge Benjor, Sandra Sá virou Sandra de Sá, Marina virou Maria Lima, e o Serra poderia muito bem resgatar a praxe e se tranformar em José de Serra... Hmmm... Mas José de Serra deixaria muito claro a que ele viria: para serrar, cortar, decepar verbas, e quem depende de saúde pública e políticas também públicas não gosta muito do verbo. Eu, que por exemplo sou funcionário público, destesto. Mas vão outras sugestões: Joseph Cerra, Jô Zé Cerra, que tal?


Mas voltemos a falar sério. Se Lula e sua sucessora não combinaram o revezamento no governo com os adversários, em 2014 Serra não lhes oferecerá o menor perigo, sobretudo porque nem com uma faca no peito o PSDB vai preterir o Aécio em favor do nosso obstinado economista. Por outro lado, entretanto, é preciso que reconheçamos que muito provavelmente através do mineiro o PSDB vai voltar ao governo em 2014. Considero isto uma tragédia, porém nada maior do que o que vaticino acerca do governo Dilma.


Pra começar eu acho que, tão logo haja uma chance razoável, a nossa presidente vai romper com Lula, que não vai ao menos por muito tempo conseguir ficar dando pitacos na gestão da recém-empossada. E tem mais: não sei se Dilma manterá o assistencialismo barato do antecessor, mas, independentemente disto, o seu governo será aquilo que se esperava do Serra: a retomada da política econômica neoliberal e ultraconservadora do Fernando Henrique! Será uma violenta e brusca guinada para a direita, com recessão, desemprego, retração do crédito,alta de juros e outros flagelos mais, ainda com maciças dosagens da arrogância da nossa mandatária , que, você verá, terá de durante o seu governo ceder sempre às pressões dos grupos que tiverem poder de fogo, compensando as suas capitulações com chibatadas ferozes no lombo dos grupos que não se fizerem pujantes e poderosos, com o intuito de dar demonstrações de força e impor sua natureza prepotente. Fica-me apenas uma ponta de dúvida em relação ao PMDB: que tipo de relacionamento manterá a governante com o partido que foi peça fundamental para a sua chegada à cadeira presidencial? Mas não creio que venha a se querer indispor com os aliados, porque qualquer deslize neste sentido poderia trazer-lhe muitos desgastes, boicotes, e o seu governo faria água logo, logo, e a nossa "amiga", hoje cônscia de que está no governo antes de tudo pelo sucesso da própria carreira política, não para pregar ou lutar por qualquer ideologia, fará aquela politiquinha de sempre, que é aquela praticada pelos seus antecessores, que nunca quiseram mexer muito nas coisas, porque a importância primordial é a garantia do caviar de cada dia, para si próprios e para os seus amados familiares e parentes.

2011 (janeiro)



Um comentário:

  1. Interessante colocação...
    vim conhecer,
    mas volto
    com certeza.
    Ahh
    Musica de fundo é linda.

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