Barão da Mata - Verdades e Diversidades

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quarta-feira, 14 de abril de 2010

A CRIMINALIDADE E A DISCURSEIRA

A gente sabe perfeitamente o quanto é complexa essa questão do crime organizado, do tráfico de drogas no Rio, em São Paulo e em outros Estados do Brasil. Defender que a educação é a melhor medida é extremamente válido e positivo, além de muito, muito acertado. Mas tal remédio é preventivo, enquanto, porém, é preciso alguma ação efetiva contra a criminalidade que já está presente, formada, alojada, instalada, alicerçada, cristalizada, ou você acha que algum chefão do tráfico esteja disposto a freqüentar a escola para começar uma vida de homem de bem?
No plano em que discuto, fala-se ostensivamente em combate ao crime, tererê e pão duro, mas ostensivo, na verdade, é o discurso, a falácia. Entra governador e sai governador, o crime fica a cada dia mais robusto, mais vigoroso, mais pétreo. Vira e mexe, o governo federal manda umas tropinhas pra cá, a bandidagem, como boa anfitriã que é, aquieta-se um tempinho para deixar as tais tropas à vontade, e as forças armadas, agradecidas e lisonjeadas, logo, logo lá se vão de volta aos seus quartéis, cercadas de paz e naquela preguicinha boa de quem nunca precisa guerrear.
Vez por outra aventa-se a possibilidade de as drogas serem legalizadas e, com o fim do tráfico, as quadrilhas se desmontarem. Interessante opção, se as forças policiais estivessem equipadas e preparadas para o combate a esses indivíduos, que, "desempregados", dedicar-se-iam com maior afinco e freqüência a outras modalidades de crimes: assaltos à mão armada, seqüestros, comércio da morte e outras do gênero. Aí, para caírem os índices de criminalidade, seria preciso legalizar o tráfico de crianças, de órgãos, de animais, de mulheres, o comércio da morte, o assalto, o roubo, etc, etc... e aí, sim! Todos estaríamos felizes, porque, legalizadas as citadas "atividades", nada mais seria crime, e bandidos - então convertidos por força da nova legislação a cidadãos de bem - e autoridades seriam felizes para sempre.
Não é bem assim que a banda toca (ou ao menos não deveria tocar). A legalização das drogas não seria nociva se as autoridades estivessem preparadas e dispostas a dar efetivo e maciço combate ao crime, o que requereria investimentos, gastos, empenho, vontade política, seriedade, não discursinhos de palanque ou falácias em programas e jornais de tevê. Uma sociedade bem protegida não tem motivos para se preocupar com a legalidade ou ilegalidade das drogas. Não uso drogas e não me detive ainda a formar opinião sobre se a droga deva ser legal ou ilegal: penso que a discussão a tal respeito é algo mais de caráter ideológico do que político, sobretudo porque vejo o desejo de legalização como uma confissão de impotência ou indolência do poder público.
Acho, sim, que deveria haver harmonia e coesão entre as forças políticas no sentido de, através de educação e repressão, ser dado um efetivo e verdadeiro combate ao crime, seja ele crime organizado ou abagunçado. Não dá para combater o crime com estilingues e armas enferrujadas, com homens despreparados e pouco versados. Assim, eu defenderia o maior investimento, além de na educação, nas polícias, tanto as civis como militares e federais, como também - e por que não? E repito: por que não? - a participação das forças armadas. As forças armadas, sim. Por que não? - volto a repetir a pergunta.
As forças armadas estão fora da nossa realidade. Em tempo de paz, dão-se ao luxo de não prestar qualquer serviço à sociedade. Não é um desperdício e tanto de dinheiro público e armamento? Logo enquanto o crime organizado samba, dança, canta, faz firula e rebola diante da sociedade? Não venham os políticos de Brasília com a argumentação de que os militares são de elite e sei lá que mais, que não ficaria bem eles subindo favelas e trocando tiros com bandidos, nem que os mesmos estão despreparados para tanto e outras coisas do gênero, porque nada disso é crível. Se não estão preparados, pois que sejam. Sobretudo porque as forças armadas sempre foram de uma competência ímpar para combater movimentos estudantis, trabalhadores e cidadãos em manifestações, além de haverem-se especializado (e sem nenhuma demora ou rodeio) em dar combate às guerrilhas que lutaram contra o regime autoritário instaurado no Brasil a partir de 1964 e que só saiu de cena vinte anos depois. Encontraram e executaram Carlos Lamarca no fundo do sertão da Bahia, onde nem Deus o encontraria; aniquilaram os guerrilheiros do Araguaia num histórico e violentíssimo massacre, desbarataram a Vanguada Popular Revolucionária e ganharam inúmeras outras medalhas de bravura por atos semelhantes. Dito isto, responda-me: o que as forças armadas de ontem têm que as de hoje não podem ter?
Enfim, se o Brasil não está enfrentando ou em vias de enfrentar alguma guerra, ora, amigo! Papel de forças armadas é combater a criminalidade!
2010

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