As pessoas não compreendiam, mas aquele homem, apesar de seu passado e presente tão tristes, das roupas surradas que vestia e de sua desmedida pobreza, conservava sempre no rosto um sorriso e um ar vitorioso. Motivo: era absolutamente idiota.
Os outros não entendiam, mas o obstinado fiel doava quase tudo o que ganhava à igreja. Morreu teso e deixou a família endividada. Também eu não entendi.
Era um pobre que sempre procurara fazer amigos importantes. Resultado: adoceceu e ficou sem visitas, morreu e ninguém foi ao seu enterro.
Aquela mulher, assediada e aliciada por homens de todas as idades e condições sociais, não era uma qualquer. Mantinha a cabeça erguida, pois tinha a fibra e coragem que herdara da mãe, da avó, das mulheres da família enfim. Por isto dava pra todos e confessava pra todo mundo.
Era um homem de uma só palavra. Os atos é que não condiziam com as promessas.
Ninguém podia questionar seu caráter, que era inegavelmente péssimo.
Não tocava num centavo alheio. Só roubava somas de vulto.
Não se vendia nunca: sua fortuna sempre lhe permitia comprar os outros.
Jamais dera ao marido motivo de vergonha: só tinha amantes em cidades distantes.
Portava-se em relação ao marido como para um pai: xingava-o e fazia sexo sempre longe dos olhos dele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário