Barão da Mata - Verdades e Diversidades

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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O MAU HUMOR DOS DIAS ATUAIS - OU O MAU-HUMOR DA COMÉDIA DE HOJE


Ainda me lembro da cena hilária de “Um Assaltante Bem Trapalhão”, de Woody Allen, em que o menino que interpretava o personagem principal ainda na infância entrava numa loja de animais para roubar e saía do estabelecimento perseguido por um enorme gorila.  Outras cenas extemamente engraçadas vi em filmes e programas humorísticos de tevê, como “Satiricom”, que reunia Jô Soares, Renato Corte Real, Agildo Ribeiro, José Vasconcellos, Paulo Silvino e outros  talentos da comédia nacional.  O cinema americano transmitiu outros filmes cômicos de alta qualidade, como “Top Secret”, “Amor à Primeira Mordida”, “Cactus Jack, o Vilão”, com Kirk Douglas e Arnold  Schwarznegger, “Bananas” e “O Dorminhoco”, ambos do já citado Woody Allen, “Muito Além do Jardim” e “Um Convidado Bem Trapalhão”, os dois com Petter Sellers, mais um gênio do humor.
Aqui no Brasil, “Satiricom” foi o humorístico de mais alto nível que já assisti.  Mas não fica nada  longe “Tevê Pirata”, com textos de, entre outros, Luiz Fernando Veríssimo, que ia (o programa) com muita propriedade e muita competência do pastelão à sátira, numa forma primorosa de fazer humor.   Chico Anysio com seus programas também não pode ser esquecido.  O cearense era, além de pintor, um humorista brilhante, de uma criatividade e diversidade de tipos e características (como vozes e gestos, jeito de falar)que nenhum humorista no mundo irá alcançar.  Era talento a transbordar pra todos os lados.
Tudo isto entretanto é coisa de saudosista: os programas e filmes de humor de hoje são simplesmente sofríveis, apelativos, sem graça, entediantes, monótonos, medíocres e chinfrins. Já em 1976 ou 77, entrevistado por J. Silvestre, Silvino Neto professou que o caminho do humor seria a sátira, pois, do contrário, não se faria graça pra ninguém.  Ao que parece, porém, os autores, atores e diretores de comédias mais que abandonaram: desprezaram esta linha, e mesmo quando tentam adotá-la são profundamente infelizes.
Entrei no cinema para acompanhar a namorada e sofri o lancinante martírio de ver “Um Divã para Dois”, com os grandes e consagrados Tommy Lee Jones e Meryl Streep, cujos talentos, mesmo somados, nada puderam fazer num roteiro paupérrimo de uma comédia de situações extremamente morna, chata, sonífera.
O que foi feito dos grandes roteiristas e atores de humor? Aqui no Brasil, me parece que,com a morte de Haroldo Barbosa e Chico Anysio, e a saída de Jô Soares para as entrevistas, a espécie ficou extinta. E assim, quem tiver a pretensão de querer ver comédia, terá de digerir “Zorra Total”,“A Praça é Nossa”, “A Turma do Didi (Nossa Senhora!)” e outras porcarias de baixíssima qualidade.  Ou então assistir aos humores americanos de não maior quilate que as tevês por assinatura  veiculam.
O pessoal do "Casseta e Planeta" pareceu tentar trazer algo novo, mas, para entender o programa, você tinha de ver a novela das oito, porque os caras limitavam-se a fazer paródia do folhetim transmitido anteriormente.  Como a maior parte das novelas são enredos ruins, eu preferia optar por não ver a novela nem a sátira, já que o "Casseta" era não mais que propaganda do mela-cueca que o antecedia.  Incrível que tenham participado das criações de "TV Pirata".
Em suma, o grande problema do humor atual é que de humor ele não tem mais nada, anda num mau-humor dos diabos!

2012
Barão da Mata

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