Barão da Mata - Verdades e Diversidades

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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

BASE ALIADA E GOLPE BRANCO

Nunca vi algo tão sujo e cínico  como essa história de base aliada do governo.  Os políticos e a imprensa vêm, num caradurismo e escrotidão sem tamanho, defendendo este tipo de expediente como a coisa mais legítima deste mundo, como se  não envolvesse venda de apoio político ao preço de favores e benesses do tipo cargos públicos inumeráveis, verbas fartas para fins eleitoreiros e na maioria das vezes de nenhuma valia social.   O que se chama de base aliada é na verdade um jogo sujo de cartas marcadas e nenhuma decência.   É algo que fere o que chamaríamos democracia, porque a divergência é saudável dentro da prática ( não jogo, como proferem os jornalistas e políticos)  democrática (odeio a expressão jogo  para a política, porque no caso jogo é esperteza, ardil, malandragem, algo muito distante da honestidade).
Base alidada é um grupo  de políticos de conduta duvidosa que se une para endossar as ações de um governo, ao invés de limitar os poderes do executivo às devidas raias da democracia.  O legislativo existe para pôr em debate as idéias e os desmandos do executivo, não para acatá-los incondicionalmente, fazendo de conta que todo projeto do governo é sábio e justo e por conseguinte não passível de contestação,  acima de qualquer discussão ou questionamento - ou seja, uma aliança onde os mandatários são o supra-sumo da sabedoria, e a sociedade, um bando de imbecis.
Não se poderia esperar da grande imprensa posicionamento que não fosse o de legitimar a prática do tal jogo sujo.  Até porque, para conhecer bem o que é a grande imprensa, é bastante lembrar-se de que esta, no regime sangrento dos generais, sempre esteve ao lado do poder, assim  como hoje está e sempre esteve ao lado dos poderosos civis.  A mídia é o departamento de comunicação social de qualquer governo ou sistema.  Ela faz a puta  dentro desse contexto que aí vemos, assim como sempre foi a puta em todos os momentos da nossa história. Tal como mulher de programa, que se esmera em afagos ao homem com dinheiro a brotar dos bolsos  e se repugna em desprezo ao que tem a carteira vazia, os veículos de comunicação atacam ou depreciam  os que caem em desgraça e bajulam os poderosos para garantir também para si as benesses que o poder sempre distribui a quem lhe pode dar  alguma coisa em troca.
No final das contas, o que há no Brasil é um golpe branco, um governo absoluto alicerçado num congresso sem objetivos,  uma ditadura disfarçada de regime democrático  e endossada pelos parlamentares, onde qualquer forma de contestação  é neutralizada pela famigerada base e o governo estaria disposto a colocar seus meganhas nas ruas no caso de ter os seus interesses  seriamente contrariados.
Não é à toa que vivo repetindo que não creio nesse embuste de democracia, porque não há governante nem sistema com pendores de democrata e a banda tocaria bem diferente se ele, o sistema, tivesse muitos contestadores.  Se tivéssemos uma sociedade desperta, talvez tudo transcorresse de maneira bastante diferente e aí sim os políticos cumprissem seu real papel.

2012



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