O Demóstenes da Grécia (384 a 322 A.C.) recebia o epíteto de " O Leão de Atenas" e, segundo alguns registros históricos, fazia jus à alcunha, pois foi autor de discursos famosos e tentou a todo custo libertar o povo grego do jugo da Macedônia e, uma vez derrotado, preferiu matar-se por envenenamento a se entregar aos dominadores.
Já o nosso senador até que tentou bastante marcar o próprio nome na história brasileira, através de inúmeras bandeiras da moralidade que empunhou. Defendeu a ética, a dignidade, a integridade, a probidade administrativa, e apareceu tanto no cenário nacional com seu discurso de bom-moço e de defensor da honorabilidade, que, incrédulo, fiquei imaginando: "Vão acabar dando a ele um título parecido com o do xará (não faltaria jornalista baba-ovo nem político cínico para isto), quem sabe 'O Leão de Brasília', 'O Leão de Anápolis' ou 'O Leão da Paraíba' (cada um é leão de onde bem pode)..."
Mas o grande fato é que o nosso leãozinho contemporâneo se atrapalhou todo, dizem que se meteu com bicheiro, enfiou-se em falcatruas, fez e aconteceu, perdeu inteiramente a credibilidade, foi abandonado pelos correligionários, teve de deixar a liderança do DEM (cruz credo! Bate na boca!) no Senado, está sendo enquadrado pelos políticos de outros partidos e, ao que parece, como tudo isto não determina o fim da carreira política de ninguém (pelo menos aqui no Brasil), vai continuar se elegendo e aparecendo no noticiário político nacional, mas já não mais como baluarte da moralidade. Mas política aqui na nossa terra é assim mesmo. Já nos acostumamos - os outros primeiro, eu, muito a contragosto, depois: a onda acabou me levando, e eu desisti de reclamar.
Por fim, sendo eu xará obscuro e sem projeção do Demóstenes histórico, o outro xará, famoso mas do jeito como você está vendo na mídia, só posso chegar à triste conclusão de que não fazem mais Demóstenes como antigamente.
2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário